terça-feira, 26 de novembro de 2013

À beira da morte

 Disclaimer:
Certas oportunidades da vida não devem ser desperdiçadas. Por isso, fiquei contente com o convite do Augusto pra tocar esse blog e poder fazer de um jeitinho especial algo que a internet adora: Cagar regra na cabeça dos outros. Assim, sendo, termino este interlúdio e estou pronto pra começar.

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Jogar RPG é sempre uma aventura. Bem, literalmente, é uma aventura, mas não vem ao caso. O fato é que, como na vida, a morte existe em jogos de RPG e, diferente da vida, um jogador vai ficar xingando a mãe do mestre pela morte do personagem. Quase Todos que jogam RPG concordam que é só um jogo, mas ainda é um jogo onde se investe muito tempo e dedicação emocional também, e ninguém gosta quando um dos PJs (Pessoa Jurídica Personagem Jogador) morre. Assim sendo, meu antigo grupo de D&D3E adicionou regras da casa para visar a sobrevivência dos personagens, especialmente no caso dos inconscientes.

O que a regra diz:

Em Dungeons & Dragons, existe um limite de turnos em que o PJ pode continuar inconsciente. Por padrão, Quando você chega a 0PV você está disabled, de -1 a -9 o seu personagem está morrendo e a -10 ele morreu (se não acredita em mim, faça como eu e cheque a wiki).

Muitas coisas são arbritárias em D&D, mas esse sistema ainda é um dos mais forçados. Ele desconsidera totalmente a possibilidade de jogadas de resistência de Fortitude (o que tecnicamente privilegia personagens de nível mais alto, mas isso é D&D, afinal de contas), ou ainda a própria constituição do personagem. Pensando nisso, vamos ver o que podemos fazer em termos de regras mais simples e mais complexas:

Quem precisa de PVs negativos?

Essa abordagem elimina completamente os PVs negativos e faz os personagens simplesmente permanecerem imortais enquanto a 0PVs. Ou pelo menos até alguém matá-los! Costumávamos jogar assim no meu grupo pela preguiça de contar turnos inconscientes. Mas, se por um lado parece mais fácil, por outro o personagem só precisa de uma pancada para ser considerado morto. Um ser vivo com 0PVs fica inconsciente até ser recuperado. Ele já não executa ações parciais como na regra original, e todo o golpe desferido nele ainda é considerado golpe de misericórdia e ele aí sim ele morre, sem choradeira.

Quanto mais, melhor!

Se o problema for a baixa quantidade de PVs negativos, também não tem problema. Adicionar o bônus de constituição parece o mais plausível, mas se o grupo achar pouco ainda pode colocar um bônus por nível. Se por um lado o personagem demora mais pra morrer, por outro ele também demora mais pra voltar a consciência depois de estabilizado. Mas, até onde eu sei, poções de cura são mais baratas que ressurreições. Parece 'apelão', mas estamos só aumentando a quantidade de PVs que o personagem tem pra ficar parado morrendo, então nem é tão ruim assim.

Fortitude pra que te quero (Ou 'GURPS manda lembranças')

As rolagens de Fortitude protegem contra uma sorte de ataques ao corpo, seja desintegração, veneno, e até mesmo dano massivo. Se a fortitude pode te impedir de virar poeira, não tem porque não te impedir de morrer. O nosso corpo é uma máquina complicada e às vezes ele reage de maneiras inesperadas. Se considerarmos que de -1 a -9PVs você está morrendo de hemorragia interna ou qualquer outra coisa, o próprio organismo do personagem ainda pode estar tentando 'se salvar'. Adicione uma rolagem de Fortitude por turno enquanto estiver com pontos de vida negativos, podendo ser contra CD 15 ou 15 + a taxa atual de PVs negativos do personagem (De -1 a -9 ficaria CD 16 a 24). Se o personagem falhar, ele perde um ponto de vida e caminha para a morte. Se passar, ele continua com a mesma quantidade de pontos negativos até ser estabilizado. Burocrático? Um pouco, mas D&D é rolar dados, e quando você está morrendo mais que matando, é o único jeito de rolar dados. E você pode ter uma tabela relacionando PVs e a CD do teste! Todos gostam de tabelas!

Essas são três alternativas básicas pra prolongar a vida dos personagens. As duas últimas alternativas ainda podem ser misturadas entre si, para maior burocracia na mesa de jogo. Eu gosto. Nunca usaria, mas eu gosto. Mas vai que alguém goste e queira usar ¯\_( ツ )_/¯

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